sábado, 11 de outubro de 2014
domingo, 21 de setembro de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Pesquisas financiadas pelo MPA vão aprimorar cultivo integrado de espécies marinhas distintas
Uma parceria entre o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deverá resultar na instalação de um laboratório marinho flutuante e no estabelecimento de um protocolo básico de manejo para cultivos integrados de espécies diferentes de pescados do mar – a chamada Aquicultura Marinha Multitrófica. Estes são alguns dos desafios de dois projetos desenvolvidos pelo MPA, a USP e o CNPQ, sob a coordenação do professor Daniel Lemos, que atua no Laboratório de Aquicultura (LAM) do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo.
Lemos estará no Auditório do Ministério da Pesca e Aquicultura, às 14h30 desta sexta-feira (25), para detalhar as etapas, os desafios e os resultados esperados dos dois projetos financiados pelos órgãos parceiros. “Pretendemos incrementar o nível de nossas pesquisas com foco aplicado, ampliando o conhecimento das práticas comerciais de criação de espécies marinhas e identificando os pontos em que as pesquisas devem atuar para a obtenção de soluções”, explica o pesquisador Daniel Lemos.
Um dos estudos em desenvolvimento é o Projeto Aquamar, que investiga as questões consideradas “mais urgentes” sobre alimentação e nutrição na criação de espécies de peixes e camarões marinhos. A pesquisa – intitulada Projeto Ciência sem Fronteiras – é financiada diretamente pelo CNPq. A USP oferece contrapartida em pessoal e infraestrutura de pesquisa.
Iniciado em 2012, o Aquamar também recebe apoio da Fapesp (agência de fomento à pesquisa paulista) e deverá ser concluído até julho de 2016. “Para a piscicultura marinha, um dos principais entraves é a disponibilidade de rações para engorda, que é tema prático desta pesquisa”, conta Daniel Lemos.
O segundo estudo é o Projeto de Aquicultura Multitrófica Integrada Marinha (AMTIM), desenvolvido no mar da região de Ubatuba (SP). “Nosso projeto prevê a criação de peixes, moluscos bivalves e algas. Neste tipo de cultivo (multitrófico), a ideia é que o desenvolvimento e crescimento de uma espécie possa beneficiar as outras”, detalha o pesquisador.
Focado no ensino e na pesquisa, o ANTIM tem como desafios, entre outros, a instalação legal de um laboratório flutuante e o estabelecimento de um protocolo básico de manejo multi-específico em criação. O AMTIM conta com recursos financeiros do MPA e da USP e deverá ser finalizado até janeiro de 2015.
“Apoiamos estas duas importantes iniciativas porque acreditamos no trabalho integrado entre instituições de ensino e pesquisa, governo e produtores, que, na ponta, serão os principais beneficiados pelos estudos”, analisa a secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura, Maria Fernanda Nince. “Os projetos inovam ao utilizar o espaço marinho para a pesquisa voltada ao desenvolvimento da Aquicultura Marinha Multitrófica”, completa a secretária.
POTENCIAL BRASILEIRO
Com 12% da água doce disponível do planeta, um litoral de mais de oito mil quilômetros e ainda uma faixa marítima, ou seja, uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE), equivalente ao tamanho da Amazônia, o Brasil possui enorme potencial para a aquicultura.
Apenas com o aproveitamento de uma fração desta lâmina d’água é possível criar com fartura, de forma controlada, peixes, crustáceos (camarões etc.), moluscos (mexilhões, ostras, vieiras etc.) e algas, entre outros seres vivos.
Mercado é o que não falta. O consumo de pescado está em alta no mundo inteiro. O pescado é um alimento saudável e cada vez mais procurado pela população, em todas as faixas de renda. Já as algas são um bom exemplo da diversidade de aplicação dos produtos e subprodutos do setor aquícola. Elas são empregadas desde na alimentação à fabricação de produtos cosméticos e fármacos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo anual de pescado de pelo menos 12 quilos por habitante/ano. O brasileiro ainda consome abaixo disso.
Entretanto, houve um crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009. O programa “Mais Pesca e Aquicultura”, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), previa o consumo de 9 kg por habitante/ano apenas em 2011. Portanto, esta meta foi atingida com dois anos de antecedência.
A previsão é de que até 2030 a demanda internacional de pescado aumente em mais 100 milhões de toneladas por ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A produção mundial hoje é da ordem de 126 milhões de toneladas. O Brasil é um dos poucos países que tem condições de atender à crescente demanda mundial por produtos de origem pesqueira, sobretudo por meio da aquicultura.
Segundo a FAO, o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores do mundo até 2030, ano em que a produção pesqueira nacional teria condições de atingir 20 milhões de toneladas.
sábado, 9 de agosto de 2014
[Parte 2 de 2] Cadeia Produtiva do Surubim Pintado - Globo Rural ( MATO GROSSO DO SUL)
PEIXES EM AMBIENTE DE CULTIVO
sábado, 26 de julho de 2014
Professor se torna primeiro brasileiro a ganhar título mundial de Aquicultura
Ciência estuda técnicas de cultivo de peixes e organismos aquáticos.
Wagner concorreu com especialistas de todo o mundo Um morador do litoral de São Paulo, se tornou o primeiro brasileiro a receber o título de 'Fellow' da World Aquaculture Society (WAS), a Sociedade Mundial de Aquicultura, ciência que estuda técnicas de cultivo de peixes e organismos que vivem em ambientes aquáticos. Wagner Cotroni Valenti é coordenador executivo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e concorreu com especialistas de todo o mundo. Após receber o reconhecimento, ele diz que deseja ver um mundo mais sustentável e confia em seus alunos para isso.
Wagner conta que, desde que cursou a faculdade de Ciências Biológicas, se interessou pela vida aquática. No mestrado e doutorado, na Universidade de São Paulo (USP), ele trabalhou com camarões de água doce. O gosto pela aquicultura foi se desenvolvendo ao longo da carreira com pesquisas, artigos e trabalhos, principalmente, unindo a parte ecológica com a produção sustentável.Após 30 anos de estudo e dedicação, veio um dos maiores reconhecimentos do trabalho de Wagner. “Foi surpresa quando eu recebi um email da Sociedade Mundial de Aquicultura dizendo que meu nome tinha sido indicado para concorrer ao prêmio. Meu nome foi sugerido pelo comitê de premiação. Foram sugeridos vários nomes de vários países diferentes. Do Brasil só eu”, conta ele, que enviou os documentos necessários à organização.
Depois de alguns dias, outra surpresa. O comitê enviou um comunicado dizendo que ele tinha sido o ganhador do Fellow da Sociedade Mundial de Aquicultura, que seria entregue em um congresso na Austrália. O prêmio é concedido para pessoas que se destacaram em nível mundial, na formação de profissionais, na pesquisa científica e na difusão de conhecimento na área da aquicultura. “Me deu muita satisfação. Eu achei que era uma coisa muito importante e resolvi encarar a viagem que é muito longa, mais ou menos 40 horas”, conta ele.
A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu no Congresso da WAS - World Aquaculture Society em junho, em Adelaide, na Oceania, e contou com especialistas do mundo todo. “Foi muito emocionante. Na entrega, eles projetaram várias fotos minhas e iam mostrando as coisas que eu fiz durante a carreira”, lembra o especialista.
Para ele, a quantidade de atividades bem diversificadas que realizou na área, bem como os 27 livros e artigos, ajudaram a conquistar o título. “Eu sabia que a concorrência era muito grande. Eles pegam as pessoas com mais destaque no mundo. Eu achei que eu ainda não estava nesse nível. Concorri com pessoas de países desenvolvidos como americanos, canadenses e europeus”, afirma. Além de receber o prêmio, Wagner apresentou um trabalho sobre aproveitamento de nutrientes minerais em sistemas de aquicultura, que foi realizado em viveiros de aquicultura no interior de São Paulo.
O professor dedicou o prêmio aos alunos e todos aqueles que já formou no meio acadêmico. “Tenho alunos em instituições de pesquisa no Brasil inteiro e em outros países do mundo”, comentou. Depois de receber o título, ele sente que está no caminho certo para aceitar novos desafios a favor da ciência. “Você tem um estímulo maior para continuar trabalhando mais, dá um incentivo para você continuar investindo nas suas ideias, formando mais alunos, dá uma segurança maior para trabalhar, além de uma satisfação pessoal”, falou. Ele deseja que os alunos sigam seus passos. “Eu não tenho a pretensão de ver um mundo mais sustentável. Mas, eu tenho uma expectativa muito grande de que a nova geração é que vai fazer o planeta mais sustentável”, afirma.Aquicultura
De acordo com o especialista, o Brasil é hoje o país que tem o maior potencial para o desenvolvimento da aquicultura. “Hoje nós temos 12% de toda a água doce superficial do mundo e uma costa de mais de 8 mil km2”, afirma. Porém, não há uma tradição na produção de organismos aquáticos, como acontece os países asiáticos, e os sistemas utilizados são pouco sustentáveis, usando o máximo de recursos sem se preocupar com o futuro. “O Brasil é o 18º produtor mundial de organismos aquáticos por aquicultura. “A gente está muito abaixo do nosso potencial ainda”, conclui Wagner.
Piscicultura Continental: Técnica, Mercado e Legislação
INFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO
Carga Horária: 32 horas/aula
Duração: 4 encontros
Início das Aulas: 16 de Agosto de 2014
Período: Aulas semanais: Sábados das 8h às 12h e das 13h às 17h – horário de Brasília
Investimento: R$ 1500 (em até 3x R$500
Duração: 4 encontros
Início das Aulas: 16 de Agosto de 2014
Período: Aulas semanais: Sábados das 8h às 12h e das 13h às 17h – horário de Brasília
Investimento: R$ 1500 (em até 3x R$500
OBJETIVOS DO CURSO
- Apresentar o mercado da piscicultura continental e as oportunidades de investimentos
- Oferecer noções sobre os sistemas de produção, comercialização e regularização de empreendimentos
- Casos de sucesso em grande e pequena escala
- Oferecer exemplos de sistemas e projetos aquícolas que se adequam a realidade nacional
- Apresentar os riscos envolvidos e estratégias de gestão, competitividade em piscicultura e as oportunidades de investimentos
- Oferecer noções sobre os sistemas de produção, comercialização e regularização de empreendimentos
Mais Informações:
piscicultura@pecege.esalq.usp.brTel.: (19) 3377-0937
sexta-feira, 25 de julho de 2014
CARANGUEJOS
Cerca de 3,5 mil caranguejos uçá foram transportados seguindo o padrão estabelecido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, que determina como fazer o deslocamento evitando a morte dos animais
Fonte:http://migre.me/kB5UG
© Todos os direitos reservados. Foto: Leonardo Milano
CORAIS
No Brasil, os recifes de coral se distribuem por aproximadamente 3 mil km de costa, do Maranhão ao sul da Bahia. Mas você sabia que eles são animais muito frágeis e morrem facilmente? Assim, se estiver ou for viajar para uma dessas praias, cuidado redobrado. Não pise nos corais!
Fonte:
Fonte:
A Engenharia de Pesca
terça-feira, 8 de julho de 2014
TUCUNARÉ
PEIXE: TUCUNARÉ
Subfilo: Vertebrata
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Cichlidae
Hábito na natureza: Encontrado em todo território nacional, em
lagoas marginais e igapó.
Alimentação na natureza: Se alimentam de qual quer coisa pequena
que se movimenta e outros peixes e até pequenos crustáceos.
Reprodução: Na época de
reprodução formam casais que partilham a responsabilidade de proteger o ninho,
ovos e juvenis
segunda-feira, 23 de junho de 2014
FAO conhece projeto brasileiro de uso de Águas da União para aquicultura
Nos últimos anos, o Brasil está aproveitando grandes reservatórios públicos, geralmente de hidrelétricas, e ainda a sua costa, para a produção de pescado. Até o momento, 13 estados do País já contam com parques aquícolas implantados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Nos reservatórios, os peixes são criados em gaiolas (tanques-rede).
Este projeto, que pode acrescentar no futuro milhares de toneladas de pescado à produção nacional, foi levado ao conhecimento de dezenas de países, através de um documento oficial do governo brasileiro, durante a 31ª Sessão do Comitê de Pesca (COFI) da Organização das Nações para Agricultura e Alimentação (FAO), que ocorre em Roma, Itália, esta semana.
A distribuição do documento foi realizada por sugestão do coordenador geral da FAO, José Graziano, o primeiro brasileiro e latino-americano a ocupar o cargo. As informações foram recebidas com interesse porque atualmente a aquicultura, o cultivo de pescado, já responde por metade do pescado destinado à alimentação humana. E, conforme a própria FAO, este percentual deverá subir para 62% do total até 2030.
No plenário do Comitê de Pesca, o ministro Eduardo Lopes, da Pesca e Aquicultura, ressaltou a importância do projeto brasileiro, não apenas para o aumento da produção de pescado, como para o combate à pobreza, a inclusão social, a melhoria nutricional e a melhor distribuição de renda.
Contexto econômico
Atualmente a captura de pescado em nível mundial está relativamente estagnada, no patamar das 90 milhões de toneladas anuais. Um esforço de pesca mais elevado poderia colocar em risco a sustentabilidade dos estoques pesqueiros.
Em contraste, o consumo de pescado – a proteína mais saudável e consumida no mundo - aumenta fortemente. Por isso, a aquicultura se torna fundamental para atender à demanda crescente. Em 2007, a criação de pescado foi responsável pela produção de 49,9 milhões de toneladas e já em 2012 alcançava as 66,6 milhões de toneladas, um volume maior do que a atual produção mundial de carne bovina.
Mercado é o que não falta. Segundo a FAO, hoje o mundo abriga mais de 800 milhões de pessoas com subnutrição crônica. E o planeta deve chegar em 2050 com uma população de 9,6 bilhões de pessoas, aproximadamente 2 bilhões a mais do que hoje.
Setor estratégico
No cenário internacional, o Brasil é um dos países com mais potencial para crescer fortemente a produção de pescado em cativeiro. Conta com água, espécies promissoras, clima favorável e capacidade de produzir ração para a manutenção dos criatórios.
A FAO estima que o Brasil possa produzir 20 milhões de toneladas por ano, quase dez vezes a atual produção. Se atingir esta elevada produção de pescado, o País se tornará um campeão completo em proteínas de origem animal, seja boi, frango, suíno ou peixe. Além de gerar empregos e renda, a produção pesqueira estimulará outras áreas da economia, como a agricultura e a indústria, em um círculo virtuoso.
Para o ministro Eduardo Lopes, o mundo espera que o Brasil se torne um grande produtor de pescado, para dar a sua contribuição para o atendimento da demanda. No momento, diz, o governo federal, com o apoio de outros entes da federação, tem se empenhado para criar condições favoráveis ao desenvolvimento da atividade. Medidas como a adoção do Plano Safra para ofertar crédito barato, a implantação de parques aquícolas e a simplificação de licenciamento ambiental fazem parte desse contexto.
Brasil em foco
Nesta semana, o Brasil, em ritmo de Copa do Mundo, “marcou dois gols” na 31ª Sessão do Comitê de Pesca (COFI) da FAO. O primeiro foi a confirmação, por unanimidade, do nome do professor Fábio Hazin, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), para a presidência do COFI. Um dos engenheiros de pesca brasileiros de maior projeção mundial, Fábio Hazin já presidiu a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) no período de 2007 a 2011. Atualmente ele exerce a vice-presidência do Comitê de Pesca da FAO.
Outra boa notícia foi a escolha do País para sediar a 8ª Sessão do Subcomitê de Aquicultura do Comitê de Pesca da FAO, programada para daqui a dois anos. Na oportunidade, a sessão será presidida por Rodrigo Roubach, coordenador geral de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura Marinha do MPA
sábado, 21 de junho de 2014
AQUICULTURA TEM CRESCIDO NO MUNDO
A aqüicultura é uma das atividades que mais tem crescido no mundo nos últimos anos. Desempenha um papel econômico e social de grande importância, através da produção de alimento e geração de emprego, renda, e promoção da igualdade social. Por outro lado, a pesca extrativista tem se apresentado estabilizada, por ter atingido, talvez, seu limite máximo sustentável, tornando a produção de alimento proveniente da Aqüicultura cada vez mais significativa. Há previsões de que mais 40 milhões de toneladas de alimento de origem aquática sejam necessários nos próximos 20 anos para manter o atual consumo per capita. Neste contexto, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) prevê como uma das principais tendências globais para os próximos anos um crescimento ainda mais expressivo da Aqüicultura, tanto no que se refere à disseminação e consolidação desta atividade, quanto à diversificação das espécies cultivadas.
O Brasil possui um extenso litoral e um grande volume de águas interiores, o que lhe confere um enorme potencial para o desenvolvimento da atividade aqüícola. Em particular, esta atividade assume importância ímpar na costa sul-sudeste brasileira como uma fonte alternativa de rendimento e de criação de postos de trabalho de grande potencialidade, face às condições particularmente favoráveis desta região. Tais potencialidades de desenvolvimento justificam plenamente a prioridade que lhe é dirigida em termos de formação de profissionais para atuarem nesta área.
O Tecnólogo em Aqüicultura atua na produção de peixes e de outros animais aquáticos, desde a produção de alevinos, engorda, processamento até a comercialização e distribuição dos produtos para o mercado consumidor. Piscicultura, ranicultura, ostreicultura, mitilicultura, carcinocultura e cultivo de peixes ornamentais são algumas das possibilidades de atuação desse profissional, aplicando conhecimentos de tecnologia para gerenciar e explorar, de forma sustentável, o potencial das unidades de criação em tanques, açudes e lagoas o que demonstra que as possibilidades de atuação deste profissional são muito variadas.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
PACU
Pacus são parentes das piranhas, e normalmente são encontrados em riachos da América do Sul. No entanto, algumas pequenas populações aparecem ocasionalmente em lagoas nos Estados Unidos e tocam o terror na população.
Afinal, o pacu também é conhecido como o peixe “ladrão de testículos”. Essa espécie tem dentes assustadoramente parecidos com o de seres humanos, e segundo a lenda, ele confunde testículos de nadadores distraídos com comida.
Neste ano, uma onda de ataques incomuns foi registrada no lago Lou Yaeger, em Illinois (EUA). Um homem foi castrado por um pacu, e desde então famílias a procura de diversão aquática têm passado longe do local.Em Pápua-Nova Guiné, a situação é ainda pior. No país que fica localizado ao norte da Austrália, esse peixe é conhecido pelo apelido de “arranca-bagos”. No ano passado, pacus foram responsáveis pela morte de pelo menos dois pescadores por lá. Os homens perderam muito sangue após os peixes terem atacado seus testículos.
Normalmente, pacus só comem frutas, insetos… e nozes. Talvez esteja aí a explicação. Vai ver esses peixes têm dentes ótimos, mas uma visão péssima. Por isso, quando você for nadar, não se esqueça de usar calção de banho, para a sua própria segurança.
fONTE: biologia Marinha
Candiru: um peixe que pode entrar em você (literalmente!).
É isso mesmo. O Candiru, também chamado de peixe-vampiro, é uma espécie de peixe-gato que vive nas águas doces do Rio Amazonas, no Rio Madeira e nos seus afluentes. É pequeno, não passa de 20 cm, o corpo é transparente e tem formato de uma enguia por isso é quase invisível na água. É um peixe parasita, normalmente nada até as cavidades das brânquias dos peixes maiores onde se aloja se alimentando de sangue sem trazer nenhuma vantagem para o hospedeiro.
Até aí tudo normal. Os peixes que dividem o ambiente com esse vampirinho aquático é que devem se preocupar, certo? ERRADO. Mesmo tão pequeno e aparentemente indefeso para nós, o Candiru é um dos peixes mais temidos pelos nativos naquelas águas, até mais que a piranha. Isso porque, o peixe possui o que tem perfil aerodinâmico de um supositório, ele pode ser atraído pelo cheiro da urina ou secreções e acabar penetrando na uretra, no ânus ou na vagina do banhista. Que agonia! Ele então se instala ali preso pelos dentes fortes e não tem como voltar mais, pois suas nadadeiras se abrem assumindo um formato de guarda-chuva. Apesar de não existirem evidências de que o o Candiru possa sobreviver dentro do corpo do ser humano, os pesquisadores garantem que eles se alimentam do sangue e do tecido dessas cavidades e só podem ser retirados por meio cirúrgico.
O recomendado pelos médicos da região é que os homens usem camisinha ao se banhar nas águas e que as mulheres não nadem sem roupa. É melhor prevenir, né gente!
Fonte: Biologia Marinha
Até aí tudo normal. Os peixes que dividem o ambiente com esse vampirinho aquático é que devem se preocupar, certo? ERRADO. Mesmo tão pequeno e aparentemente indefeso para nós, o Candiru é um dos peixes mais temidos pelos nativos naquelas águas, até mais que a piranha. Isso porque, o peixe possui o que tem perfil aerodinâmico de um supositório, ele pode ser atraído pelo cheiro da urina ou secreções e acabar penetrando na uretra, no ânus ou na vagina do banhista. Que agonia! Ele então se instala ali preso pelos dentes fortes e não tem como voltar mais, pois suas nadadeiras se abrem assumindo um formato de guarda-chuva. Apesar de não existirem evidências de que o o Candiru possa sobreviver dentro do corpo do ser humano, os pesquisadores garantem que eles se alimentam do sangue e do tecido dessas cavidades e só podem ser retirados por meio cirúrgico.
O recomendado pelos médicos da região é que os homens usem camisinha ao se banhar nas águas e que as mulheres não nadem sem roupa. É melhor prevenir, né gente!
Fonte: Biologia Marinha
DÚVIDA : Existe algum animal em que o macho fique “grávido”?
o considerado “normal” é que a fêmea carregue o óvulo fecundado dentro o útero ou qualquer estrutura. Mas no caso dos cavalos-marinhos, o procedimento reprodutivo está longe da normalidade. Os machos dos peixes gasterosteiformes não ficam exatamente grávidos, mas passam por uma situação bem semelhante.
No momento do acasalamento, a fêmea é que introduz seu ovopositor na bolsa incubadora que o macho tem na parte da frente do ventre e por ali transfere seus ovos que serão fecundados pelos espermatozoides, iniciando a “gravidez masculina”. Durante o desenvolvimento, é o pai que se encarrega de satisfazer as necessidades dos embriões. Dentro da bolsa são protegidos do choque osmótico em relação à água do mar, além de receberem a quantidade de cálcio necessária para a formação do esqueleto e ainda hormônios de crescimento e vitaminas.Assim que estão completamente prontos para a vida fora da bolsa incubadora, os pequenos cavalos-marinhos são expelidos em pequenos grupos por uma abertura, num ritual que pode durar várias horas e até dias. Quando são nascem são animais transparentes com cerca de um centímetro e logo sobem a superfície para encher suas bexigas natatórias com ar, essa é a única maneira que têm para equilibrar-se na água. Cada gestação pode dar origem a cerca de 500 indivíduos, em média, no entanto a taxa de sobrevivência é extremamente baixa, somente 3% dos cavalos-marinhos recém nascidos chegarão a fase adulta.
No momento do acasalamento, a fêmea é que introduz seu ovopositor na bolsa incubadora que o macho tem na parte da frente do ventre e por ali transfere seus ovos que serão fecundados pelos espermatozoides, iniciando a “gravidez masculina”. Durante o desenvolvimento, é o pai que se encarrega de satisfazer as necessidades dos embriões. Dentro da bolsa são protegidos do choque osmótico em relação à água do mar, além de receberem a quantidade de cálcio necessária para a formação do esqueleto e ainda hormônios de crescimento e vitaminas.Assim que estão completamente prontos para a vida fora da bolsa incubadora, os pequenos cavalos-marinhos são expelidos em pequenos grupos por uma abertura, num ritual que pode durar várias horas e até dias. Quando são nascem são animais transparentes com cerca de um centímetro e logo sobem a superfície para encher suas bexigas natatórias com ar, essa é a única maneira que têm para equilibrar-se na água. Cada gestação pode dar origem a cerca de 500 indivíduos, em média, no entanto a taxa de sobrevivência é extremamente baixa, somente 3% dos cavalos-marinhos recém nascidos chegarão a fase adulta.
Fonte: Biologia Marinha
EXTINÇÃO: TARTARUGA MARINHA
Existem cinco espécies de tartarugas marinhas atualmente no Brasil. E, infelizmente, todas elas estão em extinção. Embora sua pesca esteja proibida por lei federal, são comuns os casos de tartarugas-do-mar que se enroscam acidentalmente nas redes dos pescadores e morrem. E as dificuldades não param por aí: como muitos de seus ovos são comidos por predadores, calcula-se que apenas uma ou duas tartarugas em cada 1000 cheguem à idade adulta. Fora os altos índices de sufocamento por sacolas plasticas no mar
Fonte: Biologia Marinha
GASTRÓPODE
Gastrópode 'Stilapex montrouzieri' da família Eulimidae passeando sobre uma grande estrela do mar (Macrophiothirx sp), na Polinésia Francesa.
POR QUE AS BALEIAS ENCALHAM ????
Há milhões de anos, os ancestrais das baleias trocaram a vida na terra pelos oceanos, e deveria ser sempre assim se elas não surgissem de vezes enquanto encalhadas.
Este comportamento tem início quando é inverno nas regiões polares e a comida diminui na Antártica consideravelmente. As baleias, que são mamíferos como nós e, portanto possuem o sangue quente, migram até regiões com temperaturas mais agradáveis, localizadas nos trópicos onde podem ter seus filhotes. Só que, quando começa o verão nas regiões polares, elas retornam ao seu lar, onde a comida já é farta. Assim fazem em toda mudança de estação.
Os problemas começam quando a surgir durante essas migrações. Algumas são atacadas por parasitas que se alojam no ouvido da baleia causando um desequilíbrio capaz de desorientar o animal e isso resulta obviamente no encalhe. Outras também encalham por falta de experiência, acontece geralmente com baleias jovens. Redes de pesca também costumam contribuir para este acidente, pois as baleias enroscam em alguma rede solta em alto-mar e então, sem poder subir a superfície elas acabam afogando e ficando debilitadas e são levadas pelas correntes até regiões rasas.Infelizmente, na maioria dos casos a baleia morre, pois se sente um “peixe fora d’água”. Ela pode respirar o ar, claro; mas desidrata, superaquece, sufoca e não suporta o próprio peso.
Os problemas começam quando a surgir durante essas migrações. Algumas são atacadas por parasitas que se alojam no ouvido da baleia causando um desequilíbrio capaz de desorientar o animal e isso resulta obviamente no encalhe. Outras também encalham por falta de experiência, acontece geralmente com baleias jovens. Redes de pesca também costumam contribuir para este acidente, pois as baleias enroscam em alguma rede solta em alto-mar e então, sem poder subir a superfície elas acabam afogando e ficando debilitadas e são levadas pelas correntes até regiões rasas.Infelizmente, na maioria dos casos a baleia morre, pois se sente um “peixe fora d’água”. Ela pode respirar o ar, claro; mas desidrata, superaquece, sufoca e não suporta o próprio peso.
Brasil proíbe pesca da piracatinga na Amazônia
Boto-cor-de-rosa que vive perto do bar da Silvana
Em conjunto, os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Pesca e Aquicultura (MPA) assinaram instrução normativa que proíbe a pesca e comercialização da piracatinga (Calophysus macropterus) naAmazônia pelos próximos cinco anos. A moratória passa a valer a partir de janeiro de 2015.
Muito apreciada na Colômbia, a piracatinga é um peixe desvalorizado no Brasil por se alimentar de animais em decomposição. Para capturá-lo, pescadores utilizam golfinhos amazônicos - em especial o boto-vermelho (Inia geoffrensis), também conhecido como boto-cor-de-rosa - e jacarés como isca.
A medida é uma vitória da conservação do boto-cor-de-rosa, afirma Sannie Brum, pesquisadora do Instituto Piagaçu (IPI).
Estimado em 15 toneladas anuais, o volume de pesca da piracatinga provoca a morte de 66 a 144 botos por ano, revela o estudo desenvolvido por Sannie. Na teoria, o limite seguro de mortes é apenas de 16 espécimes.
Além disso, a reprodução lenta é uma característica da espécie que contribui para sua vulnerabilidade. "Após cerca de dez meses de gestação a mãe pode cuidar de seu filhote por até quatro anos, então a inserção de outro boto na natureza é demorada", diz Sannie.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
FUTURO DO MUNDO ESTA NA AQUICULTURA
Solaiman Sheik mostra a colheita realizada na lagoa do seu pai, perto de Khulna, em Bangladesh: camarões de água doce, que podem ser exportados com lucro. A família também cria peixes e, na estação seca, arroz fertilizado por dejetos: uma policultura que triplicou seu rendimento com pouco impacto ambiental
O Futuro da Comida: o milagre dos peixes Hoje o mundo produz mais carne de animais marinhos do que de boi – e isso é só o começo
Em um armazém escuro e úmido aos pés da cordilheira Blue Ridge, no estado americano da Virgínia, Bill Martin vira o balde cheio num tanque de concreto. Tilápias-do-nilo, de 20 centímetros cada uma, vêm à superfície. Martin, o presidente da Blue Ridge, uma das maiores empresas de criação de peixes em cativeiro, sorri diante desse frenesi alimentar.
“Esse é o verdadeiro saint peter, o peixe com que Jesus alimentou a multidão”, diz ele, a voz ressoando estridente como a de um pregador. Diferentemente de Jesus, porém, Martin não distribui de graça o seu peixe. Todo dia, ele vende 5 toneladas de tilápias vivas para mercados em diversas cidades no arco entre Washington e Toronto e já planeja a instalação de outra fazenda de criação na Costa Oeste. “O modelo aqui é o da criação de aves”, diz ele. “A única diferença é que os nossos peixes são felizes.”
“Como você sabe disso?”, pergunto, notando que o tapete de tilápias no tanque parece espesso o suficiente para que são Pedro caminhe sobre ele. “Quando não estão felizes, elas morrem”, diz Martin. “E nunca perdi um tanque de peixes.”
Essa instalação industrial na região dos Apalaches talvez pareça um lugar curioso para criar milhões de peixes nativos do rio Nilo. Mas essas fazendas de escala industrial vêm surgindo por todos os lados. O setor da aquicultura multiplicou-se 14 vezes desde 1980. Em 2012, a produção global alcançou mais de 66 milhões de toneladas – ultrapassou pela primeira vez a produção de carne bovina. Tal volume constitui quase metade de todos os peixes e frutos do mar consumidos na Terra. Com o crescimento demográfico e da renda, e a reputação que os produtos marinhos têm de serem bons para a saúde do coração, estima-se o aumento da demanda em 35% ou mais nos próximos 20 anos. Uma vez que a captura global de peixes silvestres está estagnada, os especialistas dizem que, na prática, entramos na era do cultivo em cativeiro.
“Não há como obtermos todas as proteínas de que necessitamos só com a pesca em condições naturais”, diz Rosamond Naylor, especialista em política alimentar da Universidade Stanford. “O problema é que muita gente teme que se cometam nos oceanos os mesmos erros da produção industrial de carne. Por isso, é grande o empenho para fazer as coisas certas desde o início.”
Por ora, sobram motivos de preocupação.
A NOVA “REVOLUÇÃO AZUL”, visível nas embalagens de camarão, salmão e saint peter nos congeladores dos supermercados a preços acessíveis, também trouxe as mazelas do agronegócio: destruição de hábitats, poluição e ameaças à segurança alimentar. No decorrer da década de 1980, vastos trechos de manguezais nos trópicos foram alterados para a instalação de fazendas hoje responsáveis por uma parcela considerável da produção mundial de camarões. A poluição resultante da aquicultura – um coquetel pútrido de nitrogênio, fósforo e resquícios de peixes – tornou-se uma ameaça generalizada na Ásia, onde se localizam 90% dos criatórios de peixes. Para manter vivos os peixes nos tanques apinhados, alguns criadores asiáticos recorrem a antibióticos e pesticidas, cujo emprego está proibido nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.
Gaiolas de peixes em formato de losango são retiradas da água para a limpeza na fazenda de criação Ocean Blue, a maior do mundo em mar aberto e instalada a 13 quilômetros da costa do Panamá. No alto, os mergulhadores bombeiam ar comprimido nas colunas centrais ocas para erguer as gaiolas. As fazendas em mar aberto são uma nova fronteira na produção de alimentos - Foto: Brian Skerry
Nas últimas três décadas, produtores instalaram incontáveis cercados com salmão-do-atlântico em fiordes desde a costa da Noruega até a da Patagônia – e tais áreas, até então intocadas, viraram focos de parasitas, poluição e enfermidades. Em 2012, as fazendas de salmão na Escócia perderam quase um décimo dos espécimes devido a uma infecção amébica das guelras. No Chile, anemias infecciosas mataram salmões no valor estimado de 2 bilhões de dólares desde 2007. Em 2011, uma epidemia acabou com todo o setor produtivo de camarões em Moçambique.
O problema não está na antiga arte da aquicultura, e sim em sua difusão acelerada. Os lavradores chineses criam carpas nos arrozais há pelo menos 2,5 mil anos. Porém, com a produção desse país totalizando 42 milhões de toneladas por ano, criadouros de peixes podem ser vistos em muitos rios, lagos e trechos do litoral. Os agricultores lotam as lagoas com espécies de crescimento rápido e usam ração concentrada de peixe para maximizar o crescimento dos estoques. “Fui muito influenciado pela revolução verde na produção de cereais e arroz”, comenta o geneticista chinês Li Sifa. Li é conhecido como o “pai da tilápia” por ter aperfeiçoado uma variedade de rápido crescimento – a China produz 1,5 milhão de toneladas por ano, quase tudo para exportação. “As boas sementes são cruciais”, diz Li. “Uma variedade satisfatória pode ser a base de um setor vigoroso e alimentar mais gente.”
Como alcançar tal objetivo sem propagar doenças e poluição? Para o criador de tilápias Bill Martin, a solução é óbvia: criar os peixes em tanques em terra firme, e não em cercados nos lagos ou no mar. “Nos cercados, não há como evitar as doenças e as mortes. Não dá para comparar isso com um ambiente 100% controlado, de impacto quase nulo sobre os oceanos”, comenta Martin.
A fazenda de peixes de Martin, contudo, não deixa em paz a terra e o ar, além do fato de sua manutenção não ser barata. Para manter vivos os peixes, ele teve de instalar um sistema de tratamento de água tão grande quanto o necessário para atender uma cidade de pequeno porte – a eletricidade para fazer funcionar tudo isso vem da queima do carvão. Martin recicla 85% da água nos tanques, e o restante – com alto teor de amônia e excrementos – segue para a unidade local de tratamento de esgoto, ao passo que os dejetos sólidos mais volumosos são levados para um aterro sanitário. Para repor a água perdida, ele retira mais de 1 milhão de litros diários de um aquífero. O objetivo de Martin é reciclar 99% da água e gerar a sua própria eletricidade ao aproveitar o metano liberado pelos dejetos.
Mas ainda que Martin esteja convencido de que os sistemas de reúso de água sejam o futuro, por enquanto apenas algumas empresas estão produzindo peixes – incluindo salmão, bijupirá e truta – em tanques em terra firme.TREZE QUILÔMETROS AO LARGO da costa do Panamá, Brian O’Hanlon, 34 anos, segue na direção oposta. Em um dia sereno de maio, o presidente da empresa Open Blue e eu estamos no fundo de uma imensa gaiola de peixes, 20 metros abaixo da superfície azul-cobalto do mar do Caribe, contemplando 40 mil bijupirás, empenhados em uma lenta e hipnótica pirueta mais acima. Diferentemente das tilápias de Martin ou mesmo dos salmões em fazendas comerciais, esses filhotes de 4 quilos dispõem de muito espaço.
O’Hanlon, um peixeiro de terceira geração, passou a infância no famoso Mercado de Peixes da rua Fulton, na cidade de Nova York. No princípio da década de 1990, o colapso dos bancos de bacalhau no Atlântico Norte e as tarifas de importação sobre o salmão norueguês tornaram inviável o negócio familiar. O seu pai e os tios, porém, estavam convencidos de que o futuro do setor estava na criação de peixes. Por isso, ainda adolescente, O’Hanlon começou a criar pargosvermelhos em um tanque no porão de casa.Agora, junto à costa do Panamá, ele comanda a maior empresa de criação de peixes em mar aberto no mundo. Ele emprega 200 pessoas, conta com um criadouro em terra e uma frota de barcos pintados de laranja-vivo, usados na manutenção de uma dúzia de gaiolas gigantes, que podem abrigar mais de 1 milhão de bijupirás. Mais conhecido na pesca esportiva, o bijupirá vem sendo aproveitado comercialmente apenas em pequenas quantidades – em condições naturais, são espécimes muito solitários –, mas a taxa de reprodução acelerada faz dele um dos prediletos entre os criadores. Tal como o salmão, ele tem os saudáveis ácidos graxos ômega-3, além de uma carne macia, amanteigada e branca, perfeita para os chefes de cozinha mais exigentes. No ano passado, O’Hanlon vendeu 800 toneladas a restaurantes por todos os Estados Unidos. No próximo ano, a expectativa é dobrar a quantidade – e, por fim, começar a ter algum lucro.
Os custos de manutenção e operação em mar aberto não são pequenos. Ainda que quase todas as fazendas de salmão estejam aninhadas em enseadas protegidas, as gaiolas de O’Hanlon estão em uma área em que as ondas chegam a 6 metros ou mais. Toda essa movimentação aquática vem a calhar, pois ajuda a evitar a poluição e as doenças. Não apenas as gaiolas apresentam uma densidade demográfica bem menor que a normal nas fazendas de salmão, como ainda, uma vez que estão instaladas em águas profundas, são perpassadas por correntes e ondas. Até agora, O’Hanlon não precisou tratar os bijupirás com antibióticos, e os pesquisadores da Universidade de Miami não detectaram nenhum resquício de dejeto de peixe fora das gaiolas. Eles desconfiam que os dejetos diluídos acabam sendo consumidos pelo plâncton subnutrido, uma vez que as águas em mar aberto são carentes de nutrientes. “Aqui está o futuro”, diz ele, assim que nos despedimos dos bijupirás e retornamos ao barco.
“É isso o que o setor terá de fazer para continuar crescendo, sobretudo nos trópicos.” Segundo ele, os sistemas de reúso de água, como o de Martin, jamais vão produzir biomassa em quantidade suficiente. “Não há como eles ampliarem a escala de modo a atender às demandas do mercado. Para obter lucro, vai ser como na criação industrial de gado: atulhar a maior quantidade possível de peixes, no limite para que permaneçam vivos.”
QUANDO SE CULTIVAM PEIXES, seja em uma gaiola em alto-mar, seja em um tanque com água filtrada no interior, ainda assim é preciso alimentar os filhotes. Os peixes apresentam uma enorme vantagem em relação aos animais terrestres: não necessitam de tanta comida. Requerem uma quantidade menor de calorias, pois têm sangue frio e também porque, flutuando em um meio aquático, não precisam lutar tanto contra a gravidade. Cerca de 1 quilo de ração basta para produzir 1 quilo de peixe em cativeiro (são necessários quase 2 quilos para obter 1 quilo de frango; 3 quilos para conseguir 1 quilo de carne de porco; e 7 quilos de ração para 1 quilo de carne bovina). Como fonte de proteína animal, a aquicultura – sobretudo no caso de espécies onívoras, como as tilápias e os bagres – parece ser a melhor opção.
No entanto, alguns dos peixes, criados em cativeiro e preferidos pelos consumidores mais abastados, apresentam uma desvantagem: são carnívoros vorazes. A rápida taxa de crescimento que torna o bijupirá uma boa espécie de cultivo também faz com que, em condições naturais, ele prospere graças a uma dieta de peixes menores e de crustáceos, os quais proporcionam a melhor mescla de nutrientes – incluindo os ácidos graxos ômega-3, tão apreciados pelos cardiologistas. Os cultivadores de bijupirá usam pelotas de peixe contendo até 25% de ração de peixe e 5% de óleo de peixe – o restante é constituído de nutrientes extraídos de cereais. A ração e o óleo vêm de peixes menores, como sardinhas e anchovas, que se movem em cardumes ao largo do litoral do Pacífico na América do Sul. Esses cardumes de espécies pequenas estão entre os maiores do planeta, mas tendem a sofrer colapsos espetaculares.
A parcela que corresponde à aquicultura na retirada desses peixes menores quase dobrou desde a virada do século. Ela agora chega a quase 70% do suprimento global de ração de peixe e a quase 90% de todo o óleo de peixe. Tão aquecido está esse mercado que muitos países enviam navios aos mares da Antártica a fim de recolher mais de 200 mil toneladas anuais de krill – uma fonte de nutrientes crucial para pinguins, focas e baleias. Críticos ressaltam que a ideia de recolher a base da cadeia alimentar para produzir doses de proteína barata é uma insanidade ecológica.
A enorme laguna de Bay, nas Filipinas, serve de base para a criação de uma enorme quantidade de peixes, como estes cercados de tilápias. O excesso de nutrientes, porém, leva ao surgimento de algas, que consomem todo o oxigênio da água e acabam matando os peixes - Foto: Jim Richardson
Em sua defesa, os criadores alegam que vêm se tornando mais eficientes na criação de espécies onívoras, como a tilápia, com rações feitas de soja e de outros cereais. A quantidade de peixes menores usada por quilo de ração diminuiu cerca de 80% nos últimos 15 anos. E poderia ser reduzida ainda mais, segundo Rick Barrows, que, nas últimas três décadas, vem desenvolvendo rações em um laboratório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Os peixes não precisam de ração de peixe”, diz Barrows, “e sim de nutrientes. A gente cria trutas com dietas vegetarianas.”
A substituição do óleo de peixe é mais complicada, pois são essenciais para os ácidos graxos ômega-3, que, nos mares, são produzidos por algas. Algumas empresas já começaram a extrair o ômega-3 das algas – assim se pode introduzir essa gordura boa em ovos e no suco de laranja.
ENCONTRAR A MELHOR maneira de alimentar os peixes de cativeiro pode ser, em última análise, mais importante para o planeta do que decidir o melhor lugar para criá-los. “O conceito todo de se mover para o mar aberto ou para o interior não tem nada a ver com a falta de disponibilidade de espaço na zona costeira”, analisa Stephen Cross, da Universidade de Victoria, que trabalhou como consultor ambiental para o setor da aquicultura durante décadas. Embora a poluição gerada pelas fazendas litorâneas de salmão tenha manchado a reputação de todo o setor, é preciso observar que hoje elas estão produzindo de dez a 15 vezes mais peixes do que faziam nas décadas de 1980 e 90 – e de maneira muito menos poluente. Em um canto da ilha de Vancouver, Cross vem experimentando algo novo e com impacto ambiental ainda menor.
um milênio, durante a dinastia Tang, os lavradores chineses aperfeiçoaram um intricado sistema de policultura, criando e cultivando carpas, porcos, patos e legumes, em pequenas propriedades familiares, usando o estrume dos patos e porcos para fazer proliferar as algas lacustres, que serviam de alimento às carpas. Depois estas eram transferidas para os arrozais inundados, onde esses peixes onívoros devoravam insetos nocivos e ervas daninhas e fertilizavam o arroz antes de, também eles, virarem alimento. Essa incorporação das carpas aos arrozais tornou-se um sustentáculo da tradicional dieta de peixe e arroz, que alimentou milhões de chineses ao longo dos séculos. A técnica continua a ser usada até hoje em mais de 3 milhões de hectares no país.
Em um fiorde no litoral da Colúmbia Britânica, no Canadá, Cross desenvolveu uma técnica de policultura. Ele cria um único tipo de peixe, uma espécie resistente e de carne macia: o peixe- carvão-do-pacífico. Logo abaixo dos cercados de criação, foram instalados cestos pendurados repletos de berbigões, ostras e vieiras nativos, assim como mexilhões, que se alimentam dos dejetos dos peixes. Junto aos cestos, ele cultiva compridas fieiras de algas Saccharina latissima. Essas plantas aquáticas filtram ainda mais a água, convertendo quase todos os nitratos e o fósforo remanescentes em tecido vegetal. No leito do mar, 25 metros abaixo dos cercados, os pepinos-do-mar – iguarias na China e no Japão – recolhem os dejetos orgânicos mais pesados que as outras espécies deixam passar. Esse sistema poderia ser adaptado a outras fazendas de peixe, funcionando como um gigantesco filtro de água capaz de garantir mais alimentos e lucros. “Não dá só para insistir no aumento da produtividade. Também é preciso pensar em qualidade, diversidade e sustentabilidade”, diz Cross.
O negócio de Perry Raso, de Matunuck, no estado americano de Rhode Island, é uma monocultura, e não uma policultura, mas ele não alimenta os seus animais aquáticos com nada – e tem nada menos do que 12 milhões deles. Raso é criador de ostras, parte de uma nova geração de criadores de crustáceos que conta com o apoio de diversas instituições. Crucial para a sustentabilidade, afirmam esses grupos, é aprendermos a buscar os alimentos em trechos cada vez mais inferiores da cadeia trófica. Os crustáceos estão a apenas um degrau do fundo. Além de proporcionar produtos saudáveis com pouca gordura e altos teores de ômega-3, as fazendas de ostras ainda retiram da água o excesso de nutrientes.
Raso começou o negócio e logo estava vendendo em feiras de produtores locais. “Costumava chegar lá, olhar ao redor e dizer: o que estou fazendo no meio desses naturebas?”, conta. Agora, durante o verão, Raso serve 800 pessoas por dia em seu restaurante, o Matunuck Oyster Bar. Ao mesmo tempo, a Universidade de Rhode Island já o enviou em missões à África, onde a aquicultura vem ganhando impulso – e onde as pessoas precisam de proteínas baratas e saudáveis.
A poucas centenas de quilômetros dali, nas águas límpidas e geladas da baía Casco, no estado americano do Maine, Paul Dobbins e Tollef Olson desceram a um nível ainda baixo da cadeia alimentar. Depois de verem o fechamento incessante dos negócios de pesca devastar as comunidades costeiras do Maine, eles fundaram a primeira fazenda de criação de kelp (algas laminárias) nos Estados Unidos, em 2009. Começaram com 900 metros de linha de kelp e, no ano passado, já colheram dez vezes mais, cultivando três espécies, que chegam a crescer 13 centímetros por dia. A empresa deles, a Ocean Approved, vende o kelp congelado, em pratos prontos muito nutritivos – saladas verdes, molhos e massas –, para restaurantes, escolas e hospitais. Delegações da China, do Japão e da Coreia do Sul já visitaram a fazenda – a indústria de algas está avaliada em 5 bilhões de dólares no leste da Ásia. Será que vamos todos acabar comendo kelp? “É o vegetal ideal”, resume Dobbins. “Conseguimos produzir um alimento nutritivo sem usar terra cultivável, água doce e pesticidas. E, ao mesmo tempo, ajudamos a limpar os mares.”
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